Geralmente, ao considerar a
forma esportiva de uma atleta de alto nível, logo pensamos que este deva
apresentar um perfil ótimo para cada valência física inerente ao esporte, ou seja,
força, velocidade, agilidade, resistência aeróbia e anaeróbia, flexibilidade e
seus derivados. Entretanto, no esporte coletivo em que cada atleta desempenha
uma função determinada de acordo com sua posição, será que é necessário ser bom
em todas essas variáveis?
Recordemos então um dos
princípios da teoria do treinamento esportivo, que consiste no “princípio da
especificidade”. Segundo este princípio, o treinamento físico deve proporcionar
estímulos que promovam, por meio da sobrecarga imposta ao organismo,
modificações morfo-funcionais específicas requeridas pela modalidade esportiva
praticada.
No caso dos goleiros,
devemos enfatizar algumas capacidades que devem ser treinadas durante as
sessões específicas, sempre utilizando exercícios com bola e técnicas oriundas
da posição. Abaixo, apresento um quadro com as capacidades físicas mais
importantes para o goleiro de futsal, em uma escala de 1 a 5, onde 1 é menos
importante e 5, o mais importante.
Assim, podemos observar que
a ênfase no desenvolvimento de três capacidades (agilidade, força explosiva e
flexibilidade) é a base ideal para o goleiro. Nas sessões específicas, os
exercícios de agilidade e força explosiva são fundamentais, já no
desenvolvimento da flexibilidade há a necessidade de utilizar sessões
específicas complementares, nas quais as mais diversas técnicas de alongamento
(estático, dinâmico, passivo, FNP contração-relaxamento, contração-relaxamento
e contração-agonista) serão empregadas.
Em relação à agilidade,
devemos utilizar exercícios que exijam dos goleiros movimentos rápidos com
mudança de direção. No treinamento da potência (força explosiva), utilizam-se
movimentos que exijam uma rápida ação contra algum tipo de resistência, por
exemplo, arremesso de medicine ball para membros superiores e saltos verticais
para membros inferiores.
Vale destacar ainda o
desenvolvimento da velocidade, manifestada sob a forma de velocidade de reação,
muito comum no treinamento com implementos menores como bolinhas de tênis, e
ainda, a velocidade de deslocamento, quando o goleiro precisa diminuir o espaço
do oponente o mais rápido possível, enfatizada em exercícios de um contra um e
desvantagem numérica.
Desta maneira, deve-se
treinar o que é mais fundamental para cada jogador, fazer com que este realize movimentos
o mais próximo da realidade de jogo, ou seja, enfatizar as capacidades mais
importantes para aquela posição, ou melhor, para a característica de jogo
daquele jogador!
Ficam aqui meus
agradecimentos por quem sempre vem contribuindo pela melhora da nossa área,
Felipe Rabelo, preparador físico do São Paulo/Colégio Londrinense e Serginho
Santana, treinador de goleiros do Sport Clube Corinthians Paulista.
Abraços a todos!
Parabéns pelo texto e pela iniciativa, Andreoli. Grande abraço, Felipe.
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