quinta-feira, 12 de abril de 2012

As capacidades físicas enfatizadas no treinamento do goleiro de futsal


Geralmente, ao considerar a forma esportiva de uma atleta de alto nível, logo pensamos que este deva apresentar um perfil ótimo para cada valência física inerente ao esporte, ou seja, força, velocidade, agilidade, resistência aeróbia e anaeróbia, flexibilidade e seus derivados. Entretanto, no esporte coletivo em que cada atleta desempenha uma função determinada de acordo com sua posição, será que é necessário ser bom em todas essas variáveis?
Recordemos então um dos princípios da teoria do treinamento esportivo, que consiste no “princípio da especificidade”. Segundo este princípio, o treinamento físico deve proporcionar estímulos que promovam, por meio da sobrecarga imposta ao organismo, modificações morfo-funcionais específicas requeridas pela modalidade esportiva praticada.
No caso dos goleiros, devemos enfatizar algumas capacidades que devem ser treinadas durante as sessões específicas, sempre utilizando exercícios com bola e técnicas oriundas da posição. Abaixo, apresento um quadro com as capacidades físicas mais importantes para o goleiro de futsal, em uma escala de 1 a 5, onde 1 é menos importante e 5, o mais importante.


Assim, podemos observar que a ênfase no desenvolvimento de três capacidades (agilidade, força explosiva e flexibilidade) é a base ideal para o goleiro. Nas sessões específicas, os exercícios de agilidade e força explosiva são fundamentais, já no desenvolvimento da flexibilidade há a necessidade de utilizar sessões específicas complementares, nas quais as mais diversas técnicas de alongamento (estático, dinâmico, passivo, FNP contração-relaxamento, contração-relaxamento e contração-agonista) serão empregadas.
Em relação à agilidade, devemos utilizar exercícios que exijam dos goleiros movimentos rápidos com mudança de direção. No treinamento da potência (força explosiva), utilizam-se movimentos que exijam uma rápida ação contra algum tipo de resistência, por exemplo, arremesso de medicine ball para membros superiores e saltos verticais para membros inferiores.
Vale destacar ainda o desenvolvimento da velocidade, manifestada sob a forma de velocidade de reação, muito comum no treinamento com implementos menores como bolinhas de tênis, e ainda, a velocidade de deslocamento, quando o goleiro precisa diminuir o espaço do oponente o mais rápido possível, enfatizada em exercícios de um contra um e desvantagem numérica.
Desta maneira, deve-se treinar o que é mais fundamental para cada jogador, fazer com que este realize movimentos o mais próximo da realidade de jogo, ou seja, enfatizar as capacidades mais importantes para aquela posição, ou melhor, para a característica de jogo daquele jogador!
Ficam aqui meus agradecimentos por quem sempre vem contribuindo pela melhora da nossa área, Felipe Rabelo, preparador físico do São Paulo/Colégio Londrinense e Serginho Santana, treinador de goleiros do Sport Clube Corinthians Paulista.
Abraços a todos! 

Um comentário:

  1. Parabéns pelo texto e pela iniciativa, Andreoli. Grande abraço, Felipe.

    ResponderExcluir